Os pontos que nos unem são díspares e longínquos em aparência mas não em vibração. Sem saber bem como, há situações de conexão espiritual aparente em que só de pensar em alguém, esse alguém nos dá um sinal de vida. Um morse corporal que retumba na teia da vida. Na rede que pensamos que nos protege, mas que é na verdade um trampolim bem elasticizado pelos botes, saltos, pesos e tensões que criámos só por estar cá. Sendo e querendo, vamos percebendo que, sem manutenção, ainda acabamos a lascar a cabeça. Mas treinamos, cosemos, fazemos nós, desenleamos outros que nos estavam a quebrar o côco sem saber bem porquê. Precisamos reatar outros que já estão tão distantes que não logramos esse feito por mais que tentemos. Mas esses buracos não são maus, talvez atalhos para outros pontos de vista, perspectivas espelhadas, pendurados como morcegos a ecoar os passos penteados puxando as cordas como um cravo numa igreja. Um dia, todos navegaremos os cabos tortuosos do cerebelo e, com um pouco de luz e os pés bem assentes, levantaremos vôos bem mais altos do que alguma vez imaginaríamos ser capazes de dar. O medo só vem se olhares para baixo.