Editorial
CHAPITÔ, A NOSSA CASA COMUM
A “pegada ecológica”, a sustentabilidade ambiental, os modelos de desenvolvimento e a nossa relação com o planeta, a nossa casa comum, são preocupações actuais a reivindicarem novos comportamentos e novas formas de pensar, de sentir e de agir.
Do declínio das florestas ao perigo que os plásticos representam para todas as formas de vida, há uma miríade de malefícios que assolam a Terra e todas as espécies que nela habitam e nela participam.
A mudança fundamental é ao nível das consciências. Esse será o barómetro para a grande mudança que se exige.
Assim como a inspiração é o momento nuclear para respirarmos bem, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Respigar, são práticas inspiradoras que conduzem a uma “Boa Respiração”, mantendo uma relação amiga e fecunda com o planeta e com toda a vida.
Instados por este pulsar intenso para que a causa ambiental nos convoca, e como contraponto ao caos emergente, as Provas de Aptidão Profissional (PAP’s) da nossa Escola de Circo, a decorrerem neste mês de Julho, marcam o tempo da criação, necessariamente turbulento, mas pacífico nos processos e transformador nos resultados.
Depois de três anos juntos, mais de 1.000 dias de convívio intenso, algumas preocupações, muitos encontros, amizades que se construíram, protagonismos vividos, opções tomadas, grandes alegrias… chegamos a um fim que é prenúncio de outros começos.
Desejo profundamente que estas alunas e estes alunos, agora em fim de curso, aqui tenham encontrado um caminho de realização e que se sintam preparados para entrarem num novo ciclo de vida.
As artes e os ofícios do espectáculo são instrumentos poderosos para contribuírem, de forma positiva, para a mudança do mundo – melhorando sempre a qualidade da democracia e a credibilidade da cultura. Onde quer que cada um se cumpra, qualquer que seja o seu trajecto de vida, que leve consigo este gérmen de justiça social e de equidade que caracteriza o projecto Chapitô.
Caras Amigas e Caros Amigos, foram 1095 dias de grande entrega. Fico a haver mais e melhores momentos de proximidade convosco, mas a administração leva-me esse tempo que gostaria ter sido mais partilhado e convivido. Continuarei por aqui até que “a voz me doa”, na esperança de que nunca nos falte a possibilidade de nos mantermos próximos.
Todos juntos transformaremos o caos em qualidade de vida para todos.
Teresa Ricou